quarta-feira, 10 de setembro de 2008

É Verão! Crônica por Edna Costa. Setembro/2008.

Minha vidinha aqui normalmente é pura rotina! Durante a semana, do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Aos domingos missa e almoçar em qualquer restaurante ou cantina. Depois passear a pé bisbilhatando vitrines e preços, tomar um sorvete e voltar para casa. Mas, como o mundo inteiro sabe, no verão os novaiorquinos enlouquecem e agora fazendo parte dessa cidade entro na ciranda de agitação e frenesi.

Mês passado já comecei mudar minha pacata vida. Andei saindo para outros lados, que não ir à missa. No dia 23 de maio (sexta-feira) fui ao famoso Carnegie Hall, para assistir à apresentação do nosso valente maestro João Carlos Martins. Aquele que perdeu os movimentos das mãos depois de uma série de acontecimentos, mas que nem assim desistiu e continua um vencedor.

No dia 25 de maio (domingo) à noite, fui ver o show do Roberto Carlos, em Elizabeth, New Jersey com a Suely, uma amiga querida. Amei tudo, já que nunca tinha visto o show dele. Achei-o bem melhor pessoalmente do que na televisão e fotos. Simpático e envolvente, ele cantou algumas músicas em espanhol, muitas em português e em outras, metade em português e metade em espanhol. É que ele faz muito sucesso entre os hispânicos.

Na semana seguinte (30 de maio - 6a. feira) fui ao teatro no Central Park (ao ar livre) com minha amiga Laís, assistir Hamlet. Funciona só na época de calor. Você fica na fila desde a madrugada durante dias e se tiver sorte consegue os ingressos (grátis) para duas pessoas para ver a peça, que sempre tem a atuação de alguns artistas famosos da Broadway, cinema ou televisão.

A peça foi cansativa; três horas de apresentação com um intervalo de meia hora. Soprava um ventinho frio, eu estava cansada e não consegui entender muita coisa. A dica é saber o desenrolar da história e então dá para acompanhar numa boa. Mas valeu pelo local, companhia e pelo espetáculo.

Em 24 de junho (terça-feira) também fomos assistir um belo concerto da Orquestra Sinfônica de New York, no Central Park. A previsão do tempo dizia que a temperatura seria agradável e foi o que aconteceu. Fomos eu, meus filhos e alguns amigos levando toalhas de mesa, água, vinhos, refrigerantes, taças, copos e guardanapos descartáveis, frutas, patês, pães e torradinhas, como já é tradicional nesses shows.

A temperatura amena ao entardecer deixou-nos num estado de relaxamento total. Estendemos nossas toalhas na relva, dispusemos os petiscos devidamente protegidos em cima, sentamos todos em roda e tagarelamos alegremente até o concerto começar.
Quando as notas melodiosas começaram a se esparramar pelo ar, todos se calaram. A lua grande e clara, o céu pontilhado de estrelas, o vento refrescante e a atmosfera festiva fizeram com que a noite se tornasse quase mágica.
E para encerrar, em julho passei um bocado de tempo dentro do MoMa assistindo o festival de cinema brasileiro, que últimamente tem me surpreendido pelos ótimos filmes produzidos, entre eles o Estomago um dos melhores que vi. Quem puder assista também Os desafinados, Meu nome não é Johnny, O signo da cidade, O mistério do samba e Não por acaso. Vale a pena!

Agora chegou setembro com seus ventos frescos anunciando o outono. O sol já começa se esconder mais cedo e o céu cobre-se de tons cinza e rosa. Hoje quando passei num parque já notei algumas gralhas rodeando os pombos em busca de comida.
Logo chegará o intenso inverno e todos se recolherão aos locais mais fechados. Recomeçará o ciclo das estações do ano. Eu, como todos, ficarei esperando pelas surpresas que virá com esse estupendo milagre de renovação da vida.

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