sexta-feira, 1 de maio de 2009

Notinha.

Essa crônica foi escrita em 2005, mas traz um problema sempre atual, crescente e triste. Fica a pergunta: por que será que os jovens procuram ser felizes movidos a bebidas e drogas, mesmo sabendo que o final nunca será feliz? Beijão e bom fds. (No "ps" do rodapé da crônica esqueci de colocar a data do ocorrido:2007).

NOTICIA TRISTE. Cronica por Edna Costa. 15.06.2005.

Essa semana eu gostaria de escrever uma crônica engraçada como faço normalmente, mas uma notícia na televisão me chamou a atenção e mudei tudo. Era sobre Edinho, filho de Pelé. Na tela o rei aparecia chorando por causa da triste notícia que Edinho era usuário de drogas e, pior ainda, traficava também! Ali estava nosso ídolo maior, eleito o atleta do século, perplexo e impotente diante do inimigo que a cada dia toma conta da vida de nossos jovens.

Pelé trazia no rosto um misto de surpresa e dor. Nos olhos as lágrimas comoventes revelando ao mundo que rei quando sofre também chora. A frase dita quase em tom de desculpa me deixou triste. Ele disse:
- Eu, que sempre fui contra as drogas, nunca percebi que elas estavam dentro da minha própria casa.

Fiquei ali sentada por um longo tempo e meus pensamentos voltaram à uma data muito distante. Meu irmão, quando jovem, começou andar em más companhias, e sempre que meus pais questionavam isso ele rebatia com o velho bordão "não é porque meus amigos não prestam que eu não vou prestar também". E os coitados acreditavam, sem lembrar o sábio ditado: uma fruta podre acaba estragando as outras.


O jovem bonito e inteligente acabou no caminho das drogas e do alcoól, transformando a vida dele e a de nossa família num imenso sofrimento. Internações, dor, tratamentos, promessas, nada adiantou. Ele ainda dizia que poderia parar a qualquer hora, pois tinha o controle da situação. Só conseguiu parar quando já tinha perdido sua vida. Hoje é um farrapo humano, portador do vírus HIV, sofre todo tipo de sequelas deixadas por ter judiado tanto do corpo, e vive, como ele mesmo costuma dizer, no "corredor da morte".

Pois é. Infelizmente os pais sempre são os últimos a saber e muitas vezes, tarde demais. Meu estimado Pelé, fico aqui solidária com sua dor, torcendo para que você e sua família recebam muita luz e que essa estória acabe num final feliz.

Ps - meu irmão partiu há dois anos e se eu estivesse presente teria escrito em seu túmulo: apagou-se a luz de uma estrela, que viveu uma vida sem brilho.