segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Natureza imprevisivel.





Ontem amanheceu nevando e no decorrer do dia uma nevasca daquelas começou a se formar. Durante a noite os ventos e a neve mudaram a paisagem e instalaram o caos. Segundo a meteorologia, a ultima vez que tinha nevado tanto foi em 2006. A temperatura aqui nesta epoca de ano anda sempre abaixo de zero, podendo chegar até os 20/30 negativos, mas hoje para piorar, ventos de 80 até 130 quilometros p/hora criavam redemoinhos de neve e tornavam a paisagem quase sem visibilidade.

A maioria das pessoas não conseguiu ir para o trabalho (inclusive nós) pois não havia metrô, trens e onibus. As autoridades pediam para que as pessoas não saíssem de suas casas, a não ser por absoluta necessidade. Conclusão: aeroportos fechados, grande parte do comércio sem funcionar, carros que se atreveram a sair da garagem atolados e, claro, prejuízo para todos.

Os unicos que se divertiram foram as crianças, que saíram com seus pais e foram escorregar nos montes de neve, esculpir bonecos e fazer a famosa guerra de bolas de neve. Esse espetáculo da natureza é maravilhoso, mas traz muitos problemas depois que passa. Coloquei algumas fotos tiradas hoje de manhã, aqui na minha rua (olha a altura da neve na minha floreira da janela!).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Olha eu aqui :)))

Oi amigos, depois de um longo e tenebroso inverno ( estamos no outono, mas li isso em algum lugar e nunca mais esqueci...hehehe) apareci. Ando às voltas com aqueles velhos e irritantes problemas de sempre; falta de tempo e falta de inspiração.

Hoje passei só para deixar uma (quase) promessa e um pedido:

1) Tentarei postar minhas crônicas pelo menos uma vez por mês.

2) Por favor, quando passarem por aqui deixem mensagem para eu saber que alguem está lendo meu blog, pois só assim terei o combustível necessário para animar minha "jornada literária" (ó pretensão!).

Beijão a todos com muito carinho e saudades. Tenham um ótimo fds e fiquem com Deus.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sufoco. Crônica por Edna Costa.

Conheci Maria no metrô. Olhei-a e pensei; já vi essa cara em algum lugar. Ela pareceu pensar o mesmo de mim pois primeiro me olhou de soslaio e depois direta e profundamente. Sorrimos uma para a outra com simpatia e seguimos nossa rotina, eu fazendo minhas palavras cruzadas e ela olhando fixamente para o chão. Fiquei imaginando o que estaria pensando, essa pequenina e intrigante figurinha.

Com o passar dos dias começamos a nos cumprimentar e finalmente um dia conversamos, ela falando do seu emprego, seu país (Mexico), sua família e eu idem. Ficamos amigas de percurso e assim fomos confidenciando pequenos problemas, grandes alegrias, trocando receitas culinárias, etc. Até que dias atrás ela me contou uma história engraçada, que imediatamente se delineou em minha mente de crônista e que repasso para vocês como imagino ter acontecido.

“Era um dia de muita neve e frio extremo. Assim que entravam no metrô as pessoas procuravam um lugar para sentar-se e, ao invés de reclamar do aperto, devido aos grossos casacos de frio, aconchegavam-se uns aos outros para ficarem ainda mais aquecidas. Maria entrou rápidamente e como os demais acomodou-se em um banco de três lugares, onde já estava instalada uma senhora de rosto largo, pele escura, cabelos escondidos por um engraçado chapéu de lã e um chamativo e longo casaco de pele de onça.

Devido ao seu imenso corpo, a senhora ocupava dois lugares, mas a pequenina Maria encaixou-se ao seu lado e a viagem seguiu. Com o balanço do trem e devido ao cansaço, não demorou quase nada para que a volumosa senhora dormisse. Em alguns minutos a cabeça pendeu para o lado de Maria, que primeiro ficou meio incomodada, mas depois se encaixou no pescoço da senhora e assim “ferrou” no sono também.

Acontece que ela teria que descer no meio do caminho, mas o sono foi tão forte que quando ela acordou já havia passado da sua estação. Quis dar um pulo e sair correndo para descer na próxima estação e tomar o trem de volta, mas a mulher continuava dormindo e impedindo que ela saísse da posição em que se encontrava. Cutucou suavemente a mulher que soltou um pequeno grunhido metendo medo em Maria, que por sua vez prendeu a respiração e começou a suar, apesar do frio que entrava toda vez que o trem abria as portas.

Com um leve sorriso a mulher lambeu os lábios grossos, estalando a língua como se estivesse sonhando com algum manjar (e pelo tamanho dela, bota manjar nisso) e reacomodou-se na pobre Maria, agora já apavorada, e recomeçou a respirar pesado de novo, até que finalmente o trem chegou ao destino final. Apesar dos avisos do falante em altos brados, parecia que a mulher iria ficar ali em cima da Maria hibernando até que o inverno acabasse, pois não havia nada que a acordasse.

Resignada a coitada pensou, que apesar das dores que tinha no corpo e pescoço tortos por tanto tempo na mesma posiçao, pelo menos ela teria que voltar de todo jeito e então preparou mentalmente um plano de fuga; quando chegasse em sua estação sairia correndo e deixaria a mulher entregue ao seu destino. Pensando na mulher caindo do banco estreptosamente, começou primeiro a rir baixinho, depois o riso foi se transformando em histeria para finalmente terminar em choro.

De repente percebeu que a mulher a estava olhando boquiaberta e já a havia libertado para levantar. Maria enxugou as lágrimas com medo que ela lhe dirigisse a palavra, quem sabe para tirar satisfações, mas a senhora saiu rápidamente balançando a grande cabeça de um lado para outro, como se Maria fosse um alienígena e ela finalmente relaxou o corpo dolorido pela tensão. O trem avisou que partiria em seguida. Ela estava sentindo-se só e desamparada mesmo no meio de tanta gente, quando um senhor gordinho e simpático veio sentar-se ao seu lado.

Acomodaram-se todos e o trem partiu. Maria dirigiu seus pensamentos para sua casa, um banho quente, um jantar feito às pressas, um bocadinho de conversa para contar a aventura do dia e finalmente sua velha e aconchegante cama recebendo-a para o merecido descanso. Foi quando sentiu a cabeça do gordinho pendendo para seu lado. O trem foi ganhando velocidade, o balanço fatal foi deixando o corpo de Maria mole (rs...) e ela resignadamente preparou-se para recomeçar tudo de novo, mas jurando que desta vez não dormiria.”

quarta-feira, 24 de março de 2010

Descansando na marra.

Bom amigos, estou de molho por conta de um tombaço que caí na segunda-feira e aproveito o repouso forçado para narrar aqui minha odisséia. Chovia muito aqui quando saí do serviço, já tarde da noite e quando eu estava para atravessar a rua virei para ver se o sinal ia abrir e...catapimba, caí de costas e de braços abertos que nem Jesus na cruz.

Dá pra acreditar que depois de onze anos aqui (vai fazer em maio) eu, que nunca caí na neve, gelo, etc, consegui levar um tombo estando parada??? E foi feio porque bati primeiro a ponta da coluna na quina da calçada, depois as costas e finalmente a cabeça. Fiquei lá no meio da chuva estatelada, sem conseguir levantar. Quem me ajudou foi um rapaz que pegou na minha mão e me puxou com delicadeza e uma senhora que me deu apoio. Fiquei ali meio tonta e com tanta dor que comecei a chorar e fui atravessando a avenida meio atazanada para pegar um taxi, com os dois me acompanhando e consolando.

Vim chorando de dor e de raiva pelo acontecido. Só quando cheguei em casa é que vi o estado lamentavel em que me encontrava, com a parte de tras toda molhada de agua suja, inclusive a cabeça. Tomei um banho completo quase sem poder me mexer tamanha eram as dores, tomei um comprimido para dormir e me enfiei embaixo das cobertas.

Apesar do comprimido, nao consegui dormir quase nada e ontem acordei com varias manchas roxas e com as dores piores ainda. Comecei a tomar um antiinflamatorio e fiquei o dia todo na cama só levantando para o necessario e assim mesmo gemendo de dor. A noite ja dormi melhor e hoje graças a Deus amanheci e passei o dia bem melhor. Minhas dores estao bem fracas e ja consigo sentar mais tempo, mas vou continuar com um pouco mais de repouso, quem sabe até amanha.

Entao, é sempre assim...a gente faz um plano e ELE faz outro. Eu queria aproveitar que estou de folga esta semana e fazer um monte de coisas e acabei tendo que ficar na cama. Mas vendo pelo lado otimista eu acabei sendo forçada a descansar e acho que isso vai me fazer bem, pois eu nunca faria isso se estivesse com saude.

Bom, depois desse romance fico por aqui porque já estou sentada tempo demais e minha coluna vai reclamar daqui a pouco. Beijao pra voces e fiquem bem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Oi amigos

Hoje recebi um e-mail da minha querida amiga Angela Tereza e como ando precisando atualizar meu blog e voltar à ativa lembrei de alguns temas que andam pululando nos meus pensamentos e resolvi recomeçar a escrever. Espero que gostem. Bjs

Amizade - crônica por Edna Costa - 12/fev/2010

Esta semana estivemos conversando sobre como é gostoso receber os amigos aqui em casa. Gostamos de comemorar natal, fim-de-ano, aniversários, thanksgiving, etc, mas na maioria das vezes nossas comemorações são só pelo prazer de receber e ter a casa cheia.

Lembrei aos meus filhos que antigamente não era preciso marcar com antecendência para ir a casa de algum amigo. As pessoas encontravam-se na rua, trocavam uma pitada de conversa e no final um deles dizia; porque voces nao vão jantar lá em casa hoje?

E não tinha mulher brigando com marido porque não avisou antes e nem muita frescura na comida, pois era só “botar mais água no feijão” e tudo se arrumava. Quando a família chegava era recebida com alegria genuína e a deliciosa noite sempre terminava com a sensação de que tinha sido curta demais.

Hoje precisamos agendar os encontros. Melhor se for no cinema ou teatro e depois a um restaurante, pois em casa vai fazer muita sujeira e dar muito trabalho antes e depois. Como a maioria trabalha fora, ninguém quer saber de bagunça em seu “lar, doce (e as vezes frio) lar”. Acabou-se aquela história de você estar, ocasionalmente, passando perto da casa de um amigo, resolver tocar a campainha e fazer uma surpresa. Se isso acontecer a amizade poderá ficar abalada, pois provavelmente ele se sentirá ofendido com esse seu gesto espontâneo de carinho.

Nesse país não é diferente, pois os americanos são informais e práticos demais. Gostam de tudo agendado e no dia, chegam em sua casa no horário marcado trazendo sempre um mimo (flores, bombons, etc), agem educadamente durante o evento e vão embora na hora que acham razoável para a família (ou seja, cedo).

Aqui em casa é diferente. Nossos barulhentos convidados chegam cada um numa hora e a maioria atrasados, trazem um vinho ou uma sobremesa e já entram perguntando o que terá de comida. Durante o encontro falam muito, e alto, contam piadas, comem e bebem com vontade e, via de regra, vão embora muito tarde.

Mas, elogiam demais a comida, agradecem efusivamente o convite e a recepção, enchem nossa casa de risos e alegria, nos abraçam forte e calorosamente por qualquer motivo e nos fazem sentir o que é amizade de verdade! Por isso, achamos que se um dia formos embora daqui vamos deixar e sentir muitas saudades.